Desta vez, a viagem foi em família, eu, meu marido, meus filhos e uma das minhas noras. Nosso destino: Florianópolis, capital de Santa Catarina, chamada carinhosamente de Floripa pelos seus visitantes.

Tem uma população aproximada de 500.000 habitantes. É uma ilha com mais de 40 praias belíssimas e várias lagoas que se escondem entre o verde das matas e morros preservados.

Florianópolis é sinônimo de qualidade de vida, tem o 3º maior IDH (índice de desenvolvimento humano) do Brasil, e é comparado ao de Portugal. A cidade possui uma excelente infraestrutura, alta taxa de alfabetização, PIB elevado, a segurança e a saúde também são destaques. Isso faz dela a melhor cidade do Brasil para criar filhos e a segunda melhor para pessoas acima de 60 anos.

‍O nome de Ilha da Magia se justificaria apenas pelas belezas que encontramos lá, se não fosse uma lenda que conta que a ilha era habitada por vários seres de magia, porém as bruxas foram as mais famosas moradoras. Assustavam os pescadores e davam nós nas crinas dos cavalos. Em uma ocasião elas fizeram uma festa e não convidaram o diabo, que como castigo, as transformou em pedras, aquelas lindas que encontramos espalhadas por todas as praias.

Se repararem bem, a ilha tem o formato de uma bruxa. Há uma crença ainda atual de que quem muda pra Floripa deve pedir licença às bruxas, para assim prosperar e viver bem na ilha.

Pedras na Praia Mole


Quem nasce em Florianópolis é florianopolitano. O termo manezinho da ilha se refere aos moradores descendentes dos portugueses, principalmente os vindos das Ilhas dos Açores. A origem do povo é uma mistura dos portugueses com os índios que já habitavam a ilha. Os habitantes da ilha são hospitaleiros, agradáveis, prestativos e generosos.                                                                                                                                            A colonização é considerada açoriana, e podemos observar isso claramente nas construções históricas do centro da cidade e nos distritos de Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha.

São muitas as atrações e belezas naturais da cidade e quanto mais estudávamos o destino, mais queríamos que a data chegasse logo. Escolhemos o feriado mais próximo, e mesmo no auge da segunda onda da pandemia, resolvemos correr o risco e aceitar o desafio, com muita responsabilidade. Foram muitas conversas até definirmos todo o roteiro.
Obs: Não recomendo a ninguém fazer isso, se não se sentir muito seguro e se não tiver consciência que terá que avaliar os lugares onde ir, o que fazer, além de seguir rigidamente os protocolos de segurança.

A escolha da localização foi perfeita! A Lagoa da Conceição reúne beleza, praticidade e aconchego. Nossos anfitriões (reservamos lofts privativos) foram hospitaleiros, gentis e nos deram muitas dicas. Alugamos um carro e foi uma decisão acertada. A cidade é grande e as praias são bem longe umas das outras.

Lagoa da Conceição


A origem do nome veio de quando Marechal Floriano Peixoto era Presidente da República em 1894. O nome que antes era Desterro mudou para Florianópolis, que significa literalmente “cidade de Floriano”, em homenagem a ele, após a vitória dos federais.

Nossa programação aconteceu de acordo com o clima. Os dias estavam chuvosos, então saímos de carro conhecendo num dia as praias do leste e norte, e no outro as do sul. Desta maneira tivemos o prazer de visitar muitas praias, que com certeza não teríamos chance se os dias fossem ensolarados. Desfrutamos muito da gastronomia, conhecemos ótimos restaurantes e experimentamos muitas cervejas.

Além de passar os dias desfrutando das praias, tínhamos planejado fazer a Trilha do Gravatá e andar de bicicleta em volta da lagoa. Nossos planos foram alterados, mas isso não fez nossa viagem pior, pelo contrário, nos deu a oportunidade de conhecer verdadeiramente a cidade e lugares bucólicos e charmosos como Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha. No último dia o sol apareceu e tivemos a sorte de curtir a Praia Mole.

Praia Mole

Em Florianópolis, cada praia tem sua peculiaridade, de grandes balneários a praias isoladas. Elas estão distribuídas nas regiões leste, norte e sul da ilha. Há praias na região central da cidade e na região continental (fora da ilha), porém não são indicadas para banho, apenas para apreciar a vista.


As praias do Leste são as mais badaladas e as mais bonitas. Normalmente as águas são muito frias e bem agitadas. São procuradas para a prática do surf e as preferidas dos jovens. Na região leste está a Lagoa da Conceição, um verdadeiro cartão postal da cidade, ponto obrigatório dos viajantes. Dentre as praias mais famosas, estão as Praias da Joaquina e a Praia Mole, mas tem outras tão belas quanto: Praia Galheta, Prainha da Barra, Barra da Lagoa, Gravatá e Moçambique.

Praia da Joaquina

As praias do Norte são as mais bem estruturadas e as preferidas pelos gringos. A temperatura é mais agradável e as águas são mais calmas. Têm uma infraestrutura mais desenvolvida com muitos hotéis, restaurantes, bares e casas noturnas. São uma ótima opção para crianças e idosos. As mais famosas são Jurerê, dos Ingleses e Canasvieiras. Tem muitas outras como: Daniela, Cachoeira do Bom Jesus, Lagoinha, Santinho, Brava, Ponto das Canas, Do Forte, Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa. Os grandes e luxuosos condomínios estão nas praias do norte como Jurerê Internacional e Brava.

As praias do Sul são o que chamaríamos de praias de pescadores, mais rústicas. Conservam um clima interiorano e marcas da história colonial e colonização açoriana, principalmente em Ribeirão da Ilha. As águas podem ser super frias e às vezes mornas, super agitadas e às vezes calmas, tudo depende das condições do mar. São as mais procuradas por quem gosta de contato com a cultura local, natureza bem preservada e menos agitação. São também as preferidas pelos surfistas. São elas: Lagoinha do Leste, Morro da Ilha, Pântano do Sul, Açores, Armação, Solidão, Campeche, Matadeiro, Naufragados, Tapera e charmosa Ribeirão da Ilha.

O que manda na gastronomia local são os peixes e frutos do mar. Em todos os bares e restaurantes há várias opções no cardápio, de peixes, camarões, siris, ostras e outros, que podem ser servidos in natura, no bafo, grelhados, com molho, em risotos, em pastéis, etc.

Para quem não aprecia frutos do mar, há várias opções de restaurantes de massas, pizzarias churrascarias e até de comida mineira. Tem para todos os gostos.

Eu arrisquei experimentar ostras dessa vez, e olha que até gostei! Comi cozida no vinho branco e molho de peixe, grelhada com creme de queijo e grelhada com vinagrete e queijo. Tem para todo tipo de paladar. A região de Ribeirão da Ilha tem inúmeros criadouros de ostras e vários restaurantes especializados.

Experimentamos várias cervejas artesanais da cidade e da região. Tem umas muito gostosas e outras nem tanto. Todos os bares e restaurantes tem uma boa carta de vinhos, afinal com peixes e frutos do mar, vinho é uma ótima pedida.

Conhecemos alguns bares e restaurantes e indico estes:

Bar do Boni é uma delícia para um happy hour, uma vista linda para a Lagoa da Conceição e música ao vivo, além de excelente atendimento. Um bar de pegada mais jovem.

Bar do Boni – Lagoa da Conceição

Books and Beers, pub com cervejas variadas, na Lagoa da Conceição, para quem gosta de ambientes bem decorados e criativos.

Rufus Bar, também no coração da Lagoa, oferece uma grande variedade de cervejas experimentais. Eles têm uma proposta interessante que trabalha a ideia de consumo da cerveja local e fortalecimento da cultura cervejeira da região.

Bar do Arante é um restaurante tradicional na Praia Pântano do Sul, muito conhecido pela sua decoração nada convencional e comida saborosa. Em todo os ambientes do local pendem bilhetes e recadinhos dos clientes que passam por lá.

Bar do Arantes – Praia Pântano do Sul

Artesano é uma pizzaria de ambiente elegante, sofisticado, pizzas especiais e ótimo atendimento. Adorei os diferentes tipos de talheres, compondo uma mesa bonita e harmoniosa.

Floripão foi a nossa padaria escolhida de todos os dias, muita variedade, coisas deliciosas e um bom atendimento.

Amoriko é um café em Ribeirão da Ilha, onde saboreamos tortas e brigadeiros maravilhosos. Uma graça de lugar.

Ostradamus também em Ribeirão da Ilha é um restaurante especializado em ostras, tendo no cardápio inúmeras opções. O lugar é recomendadíssimo, não podíamos deixar de conhecer. Aprovamos tudo: a comida, o atendimento, o ambiente, a vista. Nosso almoço foi perfeito

Ostradamus Restaurante – Ribeirão da Ilha

L48 em Santo Antônio de Lisboa é um lugar despojado, aberto e agradável. Adoramos as ostras e outros petiscos. Os garçons e garçonetes são ótimos e nos sentimos muito confortáveis lá.

Villa do Porto também em Santo Antônio, super recomendo. Uma comida maravilhosa, preço justo e ótimo atendimento.

Como diz a blogueira minha amiga Haydée, no seu @blogFuxicosdeViagem: Florianópolis é “Uma capital esparramada em uma ilha que não abre mão do seu ar provinciano”.

Raquel Pizani

04 a 08/12/2020

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